quinta-feira, 23 de junho de 2011

O que a Google faria? (texto adaptado)

Parece que nenhuma empresa, executivo ou instituição entende perfeitamente como sobreviver e prosperar na era da Internet. Exceto a Google. Assim, em face de todos os desafios atuais, faz sentido perguntar: o que a Google faria?
Em administração, comércio, notícias, mídia, manufatura, marketing, indústria de serviços, investimentos, política, governo, educação e religião, responder essa pergunta é uma chave para navegar em um mundo que mudou radical e definitivamente.




Esse mundo está "de pernas para o ar", virado do avesso, é absurdo e confuso. Que poderia imaginar que um serviço gratuito de classificados poderia ter um efeito tão profundo e permanente sobre a indústria jornalística, que crianças com câmeras e conexões de Internet pudessem reunir públicos maiores que redes de TV, que eremitas com teclados pudessem derrubar políticos e empresas, e que pessoas sem formação acadêmica pudessem criar empresas que valem bilhões?




Eles não fizeram isso quebrando as regras, mas funcionam de acordo com as novas regras de uma nova era, a saber:

  • Agora, os clientes estão no comando. Podem ser ouvidos no mundo inteiro e têm impacto sobre instituições gigantescas num piscar de olhos;
  • As pessoas podem se encontrar em qualquer lugar e se unir a favor de você ou contra;
  • O mercado de massa está morto, substituído pela massa de nichos;
  • "Mercados de conversas", decretou The Cluetrain Manifesto (trabalho sobre a era da Internet, em 2000). Hoje, a principal habilidade de uma organização não é mais vender, e, sim, conversar;
  • Mudamos de uma economia baseada na escassez, para uma economia baseada na abundância. O controle de produtos ou da distribuição não mais garantirá um produto de alta qualidade e lucro;
  • Permitir que os clientes colaborem com você: na criação, distribuição, marketing e apoio a produtos. É o que gera um produto de alta qualidade no mercado atualmente;
  • Empresas bem sucedidas são as redes - que obtêm o mínimo de valor possível para que possam crescer o máximo possível - e as plataformas sobre as quais essas redes são construídas.
  • Ser proprietário de canais, pessoas, produtos ou de propriedade intelectual não é mais a chave para o sucesso, e, sim, a transparência.
Os fundadores e executivos do Google entendem a mudança provocada pela Internet. É por isso que eles são tão bem sucedidos e poderosos e administram o que o The Times, de Londres, chamou "a empresa de crescimento mais rápido da história mundial". O mesmo vale para alguns capitalistas disruptores, como Mark Zuckerberg (fundador do Facebook); Craig Newmark (fundador e representante de serviço ao cliente, do site Craiglist); Jimmy Wales (cofundador da Wikipedia); Jeff Bezos (fundador da Amazon); e Kevin Rose (criador do Digg). Eles vêem um mundo diferente do que o restante de nós vê e, em consequência, tomam decisões diferentes, que não fazem sentido de acordo com as antigas regras das antigas indústrias, que, agora, estão despedaçadas, graças a esses novos modos e novos pensadores.



É por isso que a resposta inteligente a essa mudança é perguntar o que esses disruptores - Mark, Craig, Jeff, Kevin e, é claro, a Google - fariam. A Google, generosamente, compartilha sua filosofia, no site da empresa, declarando as "Dez verdades descobertas pelo Google". São tópicos inteligentes, mas óbvios, que ajudam na doutrinação de empresas (necessário quando você tem um aumento de funcionários de 50% em 1 ano: de 16.000, no final de 2007, para 20.000, antes do final de 2008): "O foco no usuário e em todo o resto continuará", decreta a Google. "É melhor fazer só uma coisa, muito, muito bem. (...) Rápido é melhor que devagar. (...) Você pode ganhar dinheiro sem ser mau. (...) Há sempre mais informações em outros lugares. (...) A necessidade de informações ultrapassa todas as fronteiras...". São tópicos úteis, mas não contam a história toda. Há mais a se aprender observando o Google.


A questão é sobre pensar de maneiras novas, enfrentar novos desafios, resolver problemas com novas soluções, ver novas oportunidades e entender com outra perspectiva a estrutura da economia e da sociedade. Tenta-se ver o mundo como a Google o vê, analisando e desconstruindo seu sucesso ao longe, de modo que possamos aplicar o que aprendemos a nossas próprias empresas, instituições e carreiras. Faremos engenharia reversa na Google.


A Google é nosso modelo para pensar de modo diferente, porque seu sucesso é singular. A Hitwise, que mede o tráfego na Internet, informou que o Google deteve 71% das buscas nos EUA e 87% no Reino Unido, em 2008. Depois de adquirir a empresa de propaganda DoubleClick, em 2008, a Google passou a controlar 69% dos serviços de propaganda online, segundo a IDC. No Reino Unido, a receita de propaganda do Google ultrapassou a da maior entidade televisiva comercial, ITV, e, 2008, e espera-se que ultrapasse a receita de todos os jornais nacionais da Inglaterra juntos.




A empresa ainda está em disparada: o tráfego do Google, em 2007, cresceu 22,4% em um ano. A Google não declara mais quantos servidores administra - as estimativas giram em torno de milhões - e parou de declarar quantas páginas monitora, mas, quando começou, em 1998, ela indexava 26.000.000 de páginas; em 2000, rastreava 1.000.000.000; em meados de 2008, 1.000.000.000.000 de páginas. Em 2007 e, novamente, em 2008, diz o Millward Brown BransZ Top 10, o Google era a marca nº 1, em todo o mundo.
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