O Novo Mercado

Em O Novo Mercado, podemos lucrar mais dando de graça do que cobrando. O "Grátis" é uma estratégia de negócios, que pode vir a se tornar essencial para a sobrevivência no futuro. Por que pagaremos cada vez menos no mundo virtual? Como competir quando os concorrentes estão dando "de graça" o que estamos tentando vender? Estas e outras questões serão estudadas neste espaço.

GRÁTIS 1: SUBSÍDIOS CRUZADOS DIRETOS
  • Dê serviços, venda produtos (suporte técnico Genius Bar da Apple Stores).
  • Dê produtos, venda serviços (brindes para quem abrir uma conta bancária).
  • Dê software, venda hardware (oferecer o Linux, com produtos da IBM e HP).
  • Dê hardware, venda software (o modelo de console de videogames, em que aparelhos, como o Xbox 360, são vendidos a um preço muito abaixo do custo).
  • Dê telefones celulares, venda minutos de ligação (várias operadoras).
  • Dê tempo de ligação, venda telefones celulares (muitas ligações das mesmas operadoras, com planos de pulsos grátis à noite e nos fins de semana).
  • Dê o show, venda as bebidas (clubes de strip-tease).
  • Dê as bebidas, venda o show (cassinos).
  • Grátis com a compra (preços "isca" de varejistas).
  • Compre um e leve o outro de graça (supermercados).
  • Contém um brinde (cereais matinais).
  • Remessa grátis para perdidos acima de $25 (Amazon).
  • Amostras grátis (tudo, de cestas de brindes para novas mães a distribuição de amostras em supermercados).
  • Períodos gratuitos de experiência (assinaturas de revistas).
  • Estacionamento grátis (em shoppings).
  • Condimentos grátis (restaurantes).
GRÁTIS 2: MERCADOS DE 3 PARTICIPANTES OU "2 LADOS" (UMA CLASSE DE CLIENTES SUBSIDIA A OUTRA)
  • Dê conteúdo, venda acesso ao público (mídia paga pela propaganda).
  • Dê cartões de crédito de graça, cobre dos comerciantes uma taxa de transação.
  • Dê artigos científicos, cobre dos autores para publicá-los (Public Library of Science).
  • Dê leitores de documentos, venda processadores de documentos (Adobe).
  • Permita que as mulheres entrem de graça, cobre dos homens (bares).
  • Permita que as crianças entrem de graça, cobre dos adultos (museus).
  • Dê consultas básicas, cobre por buscas mais refinadas (Match.com).
  • Venda consultas básicas, dê as buscas (classificados de imóveis em Nova York, do Craiglist).
  • Dê serviços de viagem, receba uma porcentagem de aluguéis de carros e reservas de hotel (Travelocity).
  • Cobre que os vendedores ofereçam os produtos deles em uma loja, permitam que as pessoas façam compras de graça (taxas por espaço de prateleira em supermercados).
  • Cobre dos compradores para fazer compras em uma loja, exponha a mercadoria do vendedor de graça (clubes de associação, como a Costco).
  • Dê classificados de imóveis, venda financiamentos (Zillow).
  • Dê conteúdo, venda informações dos consumidores (Practice Fusion).
  • Dê conteúdo, ganhe dinheiro indicando pessoas a varejistas (Amazon Associates).
  • Dê conteúdo, venda produtos (Slashdot/ThinkGeek).
  • Dê conteúdo, cobre dos anunciantes pela exposição (merchandise de produtos).
  • Dê buscas de currículos, cobre pela busca avançada (LinkedIn).
  • Dê conteúdo e dados de consumidores, cobre das empresas para acessá-los por meio de uma interface para programação de aplicativos (eBay).
  • Dê projetos de casas ecológicas, cobre das empreiteiras e construtoras para serem listadas como recursos ecológicos (FreeGreen.com).
GRÁTIS 3: FREEMIUM (ALGUNS CLIENTES SUBSIDIAM OS OUTROS)
  • Dê informações básicas, venda informações mais completas em formúlários fáceis de usar (BoxOfficeMojo).
  • Dê orientações genéricas de administração, venda orientações customizadas de administração (McKinsey e McKinsey Journal).
  • Dê software de impostos federais, venda software de impostos estaduais (TurboTax).
  • Dê MP3 de baixa qualidade, venda edições especiais com discos de alta qualidade (Radiohead).
  • Dê conteúdo na Web, venda conteúdo impresso (tudo, de revistas a livros).
  • Dê jogos on-line, cobre por uma assinatura para acesso a mais recursos do jogo (Club Penguin).
  • Dê listas de contatos empresariais, cobre das empresas para melhorar as próprias listas de contatos (Brownbook).
  • Dê softwares demo, cobre pela versão integral (a maioria dos videogames, que permitem jogar os primeiros níveis para o usuário ver se gosta).
  • Dê ligações de computador a computador, venda as ligações de computador a telefone (Skype).
  • Dê serviços grátis de compartilhamento de fotos, cobre por espaço adicional de armazenamento (Flickr).
  • Dê software básico pela propaganda, venda a possibilidade de remover os anúncios (Ning).
  • Dê "snippers", venda livros (editores que utilizam o Google Book Search).
  • Dê turismo virtual, venda terra virtual (Second Life).
  • Dê um jogo de música, venda músicas (Tap Tap Revolution).

As Regras do Grátis: Os 10 princípios da mentalidade da abundância

1) Se for digital, mais cedo ou mais tarde será grátis: Em um mercado competitivo, o preço cai até o custo marginal. A Internet é o mercado mais competitivo que o mundo já viu e os custos marginais das tecnologias - processamento, largura de banda e armazenamento - se aproximam de zero a cada ano. Os bits querem ser grátis.

2) Os átomos gostariam de ser grátis, mas não fazem tanta questão: Fora do mundo digital, os custos marginais raramente caem a zero. O Grátis é tão atrativo, que os profissionais do marketing encontrarão formas de evocá-lo, redefinindo seus negócios para dar alguma coisa de graça, enquanto vendem outras. Ao expandir de forma criativa, empresas de companhias aéreas a fábricas de automóveis encontraram formas de dar o produto principal de graça, vendendo alguma outra coisa.

3) Não há como impedir o Grátis: No mundo digital, pode-se tentar manter o Grátis à distância, com leis e chaves, mas um dia a força da gravidade econômica vencerá. Retome o Grátis dos "piratas" e venda upgrades.

4) É possível ganhar dinheiro com o Grátis: Pagaremos para poupar tempo, para reduzir o risco, pelas coisas que gostamos, por status, se formos obrigados (uma vez cativados). Isso tudo não significa que não pagaremos parte do Grátis.

5) Redefina seu mercado: Os concorrentes da Ryanair estavam no negócio de venda de lugares de vôos. A empresa decidiu que preferia estar no negócio de viagens. A diferença: existem dezenas de formas de ganhar dinheiro no negócio de viagens, de aluguel de carros a subsídios de pontos turísticos que precisam de visitantes. Então, barateou-se as passagens aéreas, para ganhar mais ao redor delas.

6) Arredonde para baixo: Se o custo de algo está se aproximando de zero, o Grátis é só uma questão de "quando", não de "se". Por que não chegar primeiro, antes de todos? O primeiro, chama a atenção e existem formas de transformar isto em dinheiro.

7) Mais cedo ou mais tarde, você concorrerá com o Grátis: Por meio de subsídios cruzados ou software, alguém descobrirá uma maneira de dar de graça aquilo que você cobra. Pode não ser a mesma coisa, mas o desconto de 100% pode ser mais importante. Qual deverá ser sua escolha? Igualar o preço e vender alguma outra coisa, para assegurar que as diferenças, em termos de qualdiade, superem as diferenças no preço.

8) Adote o desperdício: Se algo está se tornando barato demais para medir, pare de medir. Entre receber pagamentos fixos ou nenhum pagamento, empresas mais inovadoras são as que identificam tendências de precificação e se antecipam a elas.

9) O Grátis faz as outras coisas terem mais valor: A abundância cria nova escassez: há 100 anos, o entretenimento era escasso e o tempo abundante. agora, temos o contrário. Quando um produto ou serviço passa a ser grátis, o valor migra para a próxima camada superior.

10) Administre para a abundância, não para a escassez: Quando os recursos são escassos, também são caros. A administração tradicional, de cima para baixo, baseia-se em controle, evitando desperdícios. Quando os recursos são baratos, não precisamos administrar igualmente. À medida que as funções de negócios se digitalizam, podem se tornar mais independentes sem correrem o risco de afundar a "nave-mãe": de "não pise na bola" para "fracasse rapidamente". 

O mundo é um subsídio cruzado
Os subsídios cruzados constituem a essência da frase "não existe almoço grátis". A comida precisa ser paga, se não diretamente por você, por alguém cujo interesse é dar-lhe comida de graça.

Grátis 1: Subsídios cruzados diretos:
- O que é grátis: Qualquer produto que o induza a pagar por algum outro item.
- Grátis para quem: Qualquer pessoa disposta a pagar mais cedo ou mais tarde, de uma forma ou de outra.

Grátis 2: O Mercado de 3 participantes:
- O que é grátis: Conteúdo, serviços, software e muito mais.
- Grátis para quem: Todo mundo. 

Grátis 3: Freemium:
 - O que é grátis: Qualquer coisa que acompanhe uma versão paga premium.
- Grátis para quem: Usuários básicos. 

Grátis 4: Mercados não monetários:
- O que é grátis: Qualquer coisa que as pessoas escolhem dar sem expectativa de pagamento.
- Grátis para quem: Todo mundo.


Grátis: Uma Introdução
"Grátis" pode significar muitas coisas e o significado tem mudado com o tempo. A palavra levanta suspeitas, mas tem o poder de chamar a atenção. É simples como parece e é a transação mais natural de todas.
Em línguas latinas (francês, espanhol e italiano), a definição de "Grátis" é menos intrincada, por ser uma palavra única. Porém, ela é duas palavras: uma proveniente do latim liber ("liberdade") e a outra do latim gratis (contração de gratiis, "por nada", isto é, "sem recompensa", ou preço zero).
Em inglês, as duas palavras são misturadas em uma única palavra: free. Isso tem vantagens de marketing: a conotação positiva de "liberdade" ameniza as defesas contra truques de vendas.
No mundo do software de código aberto, que é livre (incentivando o uso e a reutilização) e grátis (preço zero), estabelecemos distinção entre as duas, como: "Free como uma cerveja versus free como liberdade de expressão".
Como o inglês acabou com uma única palavra e porque essa palavra é free? A palavra tem a mesma raiz no inglês arcaico que é "friend" - amigo. O sentido de "dado sem custo" é de 1585, da noção de "free of cost" - livre de custo. "Free" provém da noção social de liberdade, tanto da escravidão quanto do custo.

FonteFree - Grátis: O Futuro dos Preços, de Chris Anderson.
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